16/03/2016

A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard


Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte  | |  Páginas: 424  | |  Informações: Skoob

O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.

Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?

Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.


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Quem acompanha o mundo literário pela internet deve lembrar o burburinho que causou o lançamento de 'a rainha vermelha' por aqui. Das poucas leituras que fiz por curiosidade devido ao boca a boca em torno delas, acho que posso dizer que não me arrependi de nem uma (a culpa é das estrelas é um exemplo). Para minha sorte 'a rainha vermelha' também entra para esta lista. Mais curioso pelo falatório em torno do livro do que por sua história em si, deixei a poeira baixar um pouco e em fevereiro me aventurei nessa história cheia de elementos, bons personagens e uma narrativa muito envolvente - para mim o melhor ponto do livro.

Já de cara sem nem uma enrolação somos apresentados ao mundo distópico (?) de Mare Barrow, uma jovem de sangue vermelho que assim como os seus iguais vive em estado de miséria com sua família, sendo oprimidos há anos por uma elite de pessoas de sangue prateado. Os prateados detém o poder em todas as escalas, e além disso, ainda são dotados de poderes especiais (a lá x men). Os vermelhos formam a plebe do lugar; são serviçais, trabalhadores braçais, muitos servem até mesmo de diversão em arenas de luta digladiando-se com lutadores prateados, que, claro, levam vantagem por conta de seus poderes especiais. 

"Na escola, aprendemos sobre o mundo antes de nós, sobre anjos e deuses que viviam no céu e governavam a Terra com mãos ternas e gentis. Alguns dizem que não passam de histórias, mas não acredito nisso. Os deuses ainda governam. Ainda descem das estrelas. Só não são mais gentis."

A leitura inteira do livro foi cheia de sensações e emoções, o que de cara já deixa bem claro o talento da autora em nos transportar para dentro da sua história e seus conflitos, e assim aconteceu comigo. Acho que posso dizer que o sentimento que mais me inquietou durante a leitura foi o de injustiça, pois, de certa forma, é o que mais prevalece. Prateados são especiais e podem tudo! Vermelhos são inferiores e não podem nem tem direito algum! Ponto final. É assim que segue a narrativa do livro entre outras coisas. Me vi muitas vezes com vontade de enfiar uma espada em um, cortar a cabeça de outro e por ai vai. Os prateados são impiedosos mesmo, principalmente o rei e a rainha. Os vermelhos parecem estar conformados com a sorte que tem, mas não é bem isso que se segue no decorrer da história.

O livro tem ainda uma leva excelente de personagens encabeçados, claro, pela protagonista Mare, a jovem de sangue vermelho, forte e destemida, que mesmo vivendo naquela realidade desde que nasceu não se deixa conformar com ela nem perde a esperança de um dia encontrar uma saída para libertar seu povo vermelho da tirania prateada. Outros que se destacam são os príncipes, Cal e Maven, irmãos, mas completamente diferentes um do outro, principalmente em suas convicções e ideais. O melhor amigo de Mare, Kilorn, também se destaca em alguns momentos, além de nutrir algo mais pela amiga do que amizade. E eu como tenho uma queda por vilões por piores que eles sejam, até que gostei e odiei ao mesmo a impiedosa e cruel rainha Elara. Mas nem todos são o que parece e o livro nos reserva algumas surpresas no decorrer da história.

“Viraram-me do avesso, trocaram Mare por Marrena, a ladra pela coroa, trapos pela seda, vermelho por prateado. Esta manhã eu era uma criada; à noite, sou princesa.” 

Mesmo tendo ficado receoso com o que li e vi sobre o livro - uns diziam parecer uma mistura de xmen com game of thrones entre outras coisas - 'a rainha vermelha' fez jus aos comentários elogiosos que recebeu em grande maioria. Com uma história cheia de elementos que num primeiro momento parecem não combinar, 'a rainha vermelha' me conquistou já em seu segundo capitulo. A autora soube conduzir a história de uma forma que ela nos prende e deixa sempre aquela sensação de quero mais; muitas reviravoltas misturadas a momentos de muita ação fazem com que o ritmo do livro nunca caia no marasmo ou chatice, muito pelo contrário. 

Com um final revelador e cheio de emoções, o livro me deixou de coração na mão diante dos seus acontecimentos finais. A autora nos deixa um gancho eletrizante para a continuação e o que resta é esperar que o próximo volume, 'a espada de vidro', continue no mesmo nivel do primeiro e nos presenteie com uma história emocionante, intrigante e cheia de surpresas como foi 'a rainha vermelha'. Mais que recomendo a leitura se você está a procura de um livro que te deixe vidrado do começo ao fim. 

"É da nossa natureza", diria Julian. "Destruímos. É a constante da nossa espécie. Não importa a cor do sangue, os homens sempre cairão."






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