16/06/2015

Resenha: As Pontes De Madison

Autor: Robert James Waller
Editora: Única  | |  Páginas: 192  | |  Informações: Skoob


O ano é 1965, e a cidade de Iowa, interior dos Estados Unidos, parece estar ainda mais quente nesse verão. Francesca Johnson, uma mãe de família que vive uma vida pacata do campo, não espera nada além dessa temporada do que o retorno dos filhos e do marido, que viajaram. Sua tranquilidade, porém, será interrompida com a chegada de Robert Kincaid, um fotógrafo de espírito aventureiro que recebeu a missão de registrar as belíssimas pontes de Madison County.
Francesca e Robert comprovaram para o mundo que o valor das coisas está realmente na intensidade que elas carregam e não no tempo que duram. Casada, mãe, Francesca não deveria ter sentimentos tão fortes por esse fotógrafo. Assim como ele, um homem tão livre, nunca se viu tão preso a alguém que acabou de conhecer. E é justamente assim que as paixões intensas funcionam: é como ser atingido por um raio quando menos se espera, e, de repente, seu corpo e sua existência estão preenchidos de energia, sem ter como voltar atrás para o estado anterior. E perdemos todo e qualquer pudor ao ver que é possível, uma vez mais, encontrar espaço para dançar.
As pontes de Madison dá voz aos anseios de homens e mulheres de todo mundo e mostra, por meio desse encontro fortuito e avassalador, o que é amar e ser amado de forma tão ardente que a vida nunca mais será a mesma.


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Meu primeiro encontro com o livro as pontes de madison não foi, digamos, muito amigável. Encontrei o livro pela primeira vez em uma biblioteca pública, li a sinopse, me interessei um pouco e acabei levando emprestado. Só que para minha surpresa, já lendo o livro no onibus a caminho de casa, me deparei com uma história que não tinha nada que me agradasse. Acho que li apenas dois capitulos do livro e dali em diante se encerrou minha história com as pontes de madison, não dei mesmo segunda chance. Eis então que 18 anos depois eu me vejo com esse livro novamente nas mãos e, para minha surpresa maior ainda, não é que eu gostei!

- Francesca, você é incrivelmente linda! - Ás vezes, parava e só ficava olhando para ela, através dela, ao redor dela, dentro dela.

Já ouvi algumas pessoas dizerem que às vezes você não gosta de determinado livro porque não era o momento para aquela leitura, e com o passar do tempo acho que isso é verdade mesmo, pois houveram outros livros que não gostei da primeira vez que os li, mas que após um tempo, seja curto ou longo, acabei gostando muito da história. E foi isso o que aconteceu com as pontes de madison, anos depois de um primeiro contato ruim, estou eu aqui para contar pra vocês o quanto foi bom acompanhar a história (breve, mas avassaladora) de Robert e Francesca e andar com eles pelas belas pontes de Madison County.

Fim da introdução, vamos ao que interessa...

As pontes de Madison se revelou uma leitura singela, amorosa, com um enredo de certa forma até simples, mas caracterizado pela força intensa de uma história de amor breve, mas também inesquecível. Não vou me ater a fazer um resumo da história pois acho que a sinopse já o faz muito bem. Basicamente o livro vai nos contar a história de amor entre Robert Kincaid e Francesca Johnson; ele um fotógrafo que viaja pelo mundo a trabalho sem grandes laços na vida que o prendam a qualquer lugar ou pessoa; ela uma dona de casa de uma zona rural que dedicou a vida a criação dos filhos e que vive um casamento que há muito tempo não lhe traz mais felicidade alguma. De mundos e vidas opostos, quando Robert e Francesca se encontram o que nasce entre eles é tão intenso e forte que, mesmo breve, deixa marcas profundas em ambos.

Um estranho esquisito, flores, perfume, cerveja e um brinde, em uma segunda-feira quente, no fim do verão. Era quase mais do que ela podia suportar.

O livro é narrado em terceira pessoa, o que é muito bom, pois temos o ponto de vista dos dois personagens. Apesar de ser uma bela e intensa história de amor não vá esperando uma sucessão de acontecimentos, reviravoltas, grandes embates pois não há nada disso no livro, pelo contrário, é uma história de amor onde o foco principal realmente é o sentimento e tudo o que ele é capaz de fazer, seja certo ou errado, dependendo da perspectiva de quem está vendo. O que a história nos traz em sua essência é apenas um homem e uma mulher que tem seus desejos, suas frustrações, decepções, anseios, que estão de certa forma, aparentemente sem saber, buscando algo que possa preencher um vazio que há dentro de cada um.

- Jesus - murmurou ele. Todos os sentimentos, todas as buscas e reflexões, uma vida inteira sentindo, buscando e refletindo, tudo se fundiu naquele instante. E ele se apaixonou por Francesca Johnson, esposa de fazendeiro, de Madison County, Iowa, que há muito viera de Nápoles.

Então chega o momento em que esse vazio é preenchido apaixonadamente e tudo o que esse homem e essa mulher vem pela frente é um ao outro. Um dia distantes, eles se aproximam intensamente; embora diferentes acabam se completando e de mundos totalmente opostos acabam criando o seu em comum. Parece muito a se sentir ou se fazer, mas Robert e Francesca conseguem tudo isso de uma forma profunda e num breve espaço de tempo, mas que foi o suficiente para que os dois conseguissem encontrar um no outro aquilo que procuravam. 

Robert Kincaid olhou fixamente para Francesca Johnson. ela lhe retribuiu o olhar. A três metros de distância eles ficaram presos um no outro, firmemente, intimamente. Indissociáveis.

A história dos dois amantes que um dia se vem ligados por pontes cobertas de uma pequena zona rural nem é completamente triste, nem completamente alegre e feliz. É uma história de amor que aconteceu do jeito que tinha que acontecer, onde tinha que acontecer e com quem tinha que acontecer. Aqueles poucos e intensos dias vividos por Robert Kincaid e Francesca Johnson deixaram em ambos marcas profundas, as marcas que, dali em diante, tornariam-se os seus tesouros mais queridos. 

Uma narrativa sutil, leve, quase que despretensiosa, com dois personagens centrais constituidos com as camadas humanas que qualquer um de nós possui e uma história de amor com o seu tempo já definido para terminar... Assim é as pontes de madison, um livro que contou em apenas 192 páginas uma grande história de amor que muitos as vezes não vivem em 1.920 páginas. 

Ps: só não dei 5 estrelas porque realmente as vezes a narrativa ficou um pouco arrastada.







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